Despedida pós-morte

Deixar voar. Papéis, lápis, ser, dizer. Escapar. Colar-se às asas imaginárias, tornar-se ponto perdido no céu deslizando no horizonte, tão longe de chegar e tão perto... 

Perseverança; é difícil admitir que não seja algo místico ou questão de sorte. É como amar; nunca será sentimentalismo ou alguma fonte inalterável, e sim pura e simples força de vontade. Acordar todos os dias com o sol. Dormir todas as noites com a chuva. E quando finalmente acreditar em sonhos: reconhecer em cada estrela o seu nome. Ver em cada constelação, a sua família. Enxergar em cada ponto do universo, o seu planeta. A sua casa. E depois de contemplar, dizer adeus.

 E até logo. Como o piscar de um vaga-lume no breu, noite após noite de dor, a pequena faísca de uma presença constante, que não vê todos os dias, mas que sempre está lá. É a natureza. 

Vendo-se crer na fé, é fácil dizer olá para o outro lá. Atravessar o rio com canção estridente, ou escorregar pelo fim do arco-íris, adormecido, inocente. Viver é existência, morrer é conseqüência. Livre para escolher permanecer vivo em alegria ou destinado à fantasia extinguível. Liberdade para reconhecer o fracasso estimado ou o sucesso alcançado. 

E como um anjo, você se parte, voando e protegendo todos os seus adoráveis seguidores, pois foram com eles que você não apenas sorriu e viveu momentos inesquecíveis, mas também dividiu tristezas e consequências onde um dia vamos todos passar. E se um dia deixarmos de dar atenção a sua partida é porque estamos lembrando da sua inesquecível chegada em nossas vidas. 

Te amamos ontem, hoje e sempre. Pois o amor que sentimos por você está a cima da barreira que a triste morte decidiu colocar entre agente. 

Adeus Alex Gustavo. ou até logo em nossos sonhos.